Golpe baixo - Internet
O Comitê Olímpico errou nos cálculos
(London Bridge UCB News)
Os ingressos para as competições das XXX Olímpiadas, reservados para as grandes organizações e autoridades, pelo Comitê Olímpico Internacional e o de Londres (Locog), vão ser disponibilizados para venda ao público, e poderão ter até mesmo os preços reduzidos . Os estádios e ginásios, na maioria, estão quase vazios. Além do prejuízo de arrecadação, o que vai afetar o retorno dos investimentos, os jogos não tem público. A cidade de Londres está concorrendo com as Olimpíadas. Os milhares de turistas vieram para os Jogos, mas não resistem ao charme da capital britânica.
Sebastian Coe , um dos medalhistas de ouro , em Olimpíadas anteriores, mais populares da Inglaterra, hoje lorde, com a responsabilidade pela organização dos Jogos de 2012, voltou atrás numa entrevista à televisão, em que negava que houvesse escassez de público nos estádios. Estavam esgotados os 8 milhões de ingressos que haviam sido colocados `a venda, mas esqueceu de dizer que milhares eram mantidos sob reserva para os promotores. Coe confiava nos 175 mil ingressos distribuídos gratuitamente para as escolas, e na extenuante campanha de mobilização para os Jogos desenvolvida por meio de eventos públicos , propagandas nos jornais , na televisão, nas rádios, nas escolas, universidades e fábricas usando-se, inclusive, do artifício de apelar para os orgulho nacional dos ingleses. A festa de abertura reafirmou o discurso fundador da Nação.
Mesmo assim, os estádios estão vazios. O maior concorrente das Olimpíadas é a própria cidade de Londres, iluminada, como nunca, por um sol perene e uma temperatura amena, além de, com os investimentos para os Jogos, ter se tornado mais linda.A Prefeitura de Londres espalhou 70 mil voluntários pela cidade, e preparou a população para receber os turistas olímpicos, de tal forma que o visitante recebe um tratamento altamente atencioso. A catedral de Westiminster, onde se realizam os casamentos reais, o Parlamento , St Pauls Cathedral, que sobreviveu bravamente às bombas dos nazistas, o Castelo de Windsor, a Torre de Londres, na qual esteve preso o filósofo Thomas Morus e até uma parte do Palácio de Buckingham estão abertos a visitação pública . Os jardins , os museus, as centenas de casas de shows, cinema, teatro, a Royal Ópera, os balés ,o Kew Garden, o mais importante jardim botânico do mundo, até um passeio para a Secret London chama a atenção dos turistas. São milhares de ofertas tentadoras. Em meia hora sentado na Trafalgar Square pode-se ouvir mais de 100 línguas diferentes sendo faladas por ali. Todos juntos são fortes concorrentes para as Olimpíadas , Assim, parece que as Olimpíadas ficam para os atletas e os londrinos. Os turistas olimpicos parecem interessados mesmo é em Londres: no movimento intenso na zona um onde estão o Picadilly, o Covent Garden , a Leicester Square, o Soho, a Trafalgar Square, a capela de St Martim, com concertos orquestrais e imensos órgãos de fole trazendo para o público obras de Vivaldi, Bach , Handell, e ate alguns compositores mais populares.
O que está acontecendo em Londres, não foi diferente em Beijing, nem em Atenas. Os Comitês Olympicos nacionais mobilizavam escolares e militares para encher os estádios. Algumas modalidades esportivas ganham público maior quando são equipes (futebol, voley) ou quando candidatos nacionais estão competindo. Modalidades esportivas e até competições entre equipes estrangeiras são presenciadas quase que somente pelos torcedores desses países, isso quando eles não estão se divertindo pelo centro da cidade. No Brasil não vai ser diferente. O Comitê Olimpico superdimensiona os números, os tamanhos, os valores, as exigências fundados, talvez, em sonhos de grandeza, ou fazendo projetos sobre a média de público de cada Olimpíada. O que está acontecendo em Londres, ocorreu em Pequim e Atenas. Serve, portanto, de advertência para o Rio de Janeiro.
Cordialmente
Aylê-Salassié
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