domingo, 5 de agosto de 2012

Vista cansada - Otto Lara Resende

Foto:UNIVERSO - Quaresmeira - Belvedere - Belo Horizonte - Minas Gerais
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Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.

Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

Quem namora - Artur da Távola


Foto: Universo - Quaresmeira - Belvedere - Belo Horizonte - Minas Gerais
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Quem namora agrada a Deus.
Namorar é a forma bonita de viver um amor.
Não namora quem cobra nem quem desconfia.
Namora, quem lê nos olhos e sente no coração as vontades saborosas do outro.
Namora, quem se embeleza em estado de amor. A pele melhor, o olhar com brilho de manhã.
Namora, quem suspira, quem não sabe esperar mas espera, quem se sacode com taquicardia e timidez diante da paixão.
Namora, quem ri por bobagem, quem entra em estado de música da Metro, quem sente frios e calores nas horas menos recomendáveis.
Não namora quem ofende, quem transforma a relação num inferno ainda que por amor. Amor às vezes entorta, sabia ? e quando acontece, o feito pra bom se faz ruim.
Não namora quem só fala em si e deseja a parceira apenas para a glória do próprio eu.
Não namora quem busca a compreensão para a sua parte ruim. A invejosa não namora. Tampouco a violenta !
Namorados que se prezam têm a sua música. E não temem se derreter quando ela toca. Ou, se o namoro acabou, nunca mais dela se esquecem.
Namorados que se prezam gostam de beijo, suspiro, morderem o mesmo pastel, dividir a empada, beber no mesmo copo. Apreciam ternurinhas que matam de vergonha fora do namoro ou lhes parecem ridículos nos outros.
Por falar em beijo, só namora quem beija de mil maneiras e sabe cada pedaço e gostinho da boca amada. Beijo de roçar, beijo fundo, inteirão, os molhados, os de língua, beijo na testa, no seio, na penugem, beijo livre como o pensamento, beijo na hora certa e no lugar desejado. Sem medo nem preconceito. Beijo na face, na nuca e aquele especial atrás da orelha no lugar que só ele ou ela conhece.
Namora, quem começa a ver muito mais no mesmo que sempre viu e jamais reparou. Flores, árvores, a santidade, o perdão. Deus, tudo fica mais fácil para quem de verdade sabe o que é namorar. Por isso só namora quem se descobre dono de um lindo amor, tecido do melhor de si e do outro.
Só namora quem não precisa explicar, quem já começa a falar pelo fim, quem consegue manifestar com clareza e facilidade tudo o que fora do namoro é complicado.
Namora quem diz “Precisamos conversar”; e quem é capaz de perder tempo, muito tempo, com a mais útil das inutilidades e pensar no ser amado, degustar cada momento vivido e recordar palavras, fotos e carícias com uma vontade doida de estourar o tempo e embebedar-se de flores astrais.
Namora, quem fala da infância e da fazenda das férias, quem aguarda, com aflição, o telefone tocar e dá um salto para atendê-lo antes mesmo do primeiro trim.
Namora quem namora, quem à toa chora, quem rememora, quem comemora datas que o outro esqueceu.
Namora quem é bom, quem gosta da vida, de nuvem, de rio gelado e parque de diversões.
Namora, quem sonha, quem teima, quem vive morrendo de amor e quem morre vivendo de amar.

As lágrimas de Rebeca - De Londres, Aylê Salassié


Mãe, olha eu em Londres

(London Bridge UCB News)

Michael Phelps, Ryan Lochte, Ye Shiwen, Usain Bolt vão ser eternamente lembrados pela brilhante participação nos Jogos Olímpicos de Londres, mas quem ganhou mesmo o coração dos torcedores foi a nadadora inglesa Rebeca Adlington, recordista em Pequim e grande esperança dos ingleses nos 800 m estilo crown livre . Pois, ela perdeu feio para uma jovem iniciante de 16 anos, a norte-americana Katie Ledecky. As lágrimas de Rebeca foram comoventes, mas sua elegância marcou definitivamente o bronze conquistado por ela , ao reconhecer as qualidades e a juventude da norte-americana.Olimpíadas não é só uma questão de ganhar o ouro, a prata ou o bronze. É também de postura e compromisso público. Quem faz do atleta olímpico narcisista é a mídia e o torcedor. Atleta olímpico tem características muito distintas de outras de modalidades livres . São a expressões nacionais. Envolvem a expectativa, na maioria das vezes, de toda uma Nação . “You’ve made the nation pround”( “Você fez a nação orgulhosa”) é frase com que os ingleses estão saudando seus medalhistas. Seguir, portanto, os preceitos da Carta olímpica, segundo a qual “o importante é competir”, transforma atletas olímpicos em cavalheiros. Mas, não é fácil porque estar ou manter-se em condições de competir dentro das regras olímpicas, que perseguem a perfeição do indivíduo, não é para qualquer um, embora não seja impossível também. De tal forma que só fato de chegar às olimpíadas já é um feito para nunca ser esquecido.Medalha não é o único drama dos atletas. À ansiedade natural pela espera da prova vão se somar, por exemplo, a longa preparação e a insegurança na largada ao lado de grandes recordistas mundiais . É inibidor, que o diga Tiago Pereira, que, apesar disso, conseguiu bater Michael Phelps nos 400 m medlley. Depois vem a idade. A delegação chinesa tem idade média inferior a 20 anos. Constrange os mais velhos. Alguns só se recuperam depois do primeiro susto. Na fase classificatória ainda é possível esse milagre. Foi o caso da inglesa Amy Smith, da natação, uma das últimas do revezamento 4x100 e que , em último lugar, estimulada pelo público, retornou entusiasmada para a bateria final ,e venceu a prova. A dupla brasileira Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, da regata feminina, classe 470, em 14º lugar, de repente teve um insight (inspiração) e começou a acelerar, pulando para o 5º lugar. O torcedor tem também o seu papel. Ser amado em excesso pode ser um problema para o atleta, que, justamente por ser humano, vive uma estabilidade emocional enorme antes e depois das provas. (Usain Bolt dorme com dificuldade antes de uma prova). Na Inglaterra, a grande campeã do heptatlo Jéssica Ennis, adorada pelos ingleses, passa por uma situação similar no meio da competição. Sua competição consiste em sete provas – 100 metros,salto em altura, arremesso de peso, 200 metros rasos, salto em distância, lançamento de dardo e 800 metros nado livre -, que se desenvolvem em dois dias consecutivos, sendo quatro no primeiro e três no segundo dia. De um dia para o outro, liderando as primeira provas, a atleta se transformou numa ícone nacional, recebendo a consagração pública, embora sua chance de perder nas provas restantes seja ainda muita alta. Isso gera uma expectativa do público que atinge o atleta, cujo grau de ansiedade pode levá-la a não conseguir os pontos necessários para chegar ao pódio. Suas concorrentes são também muito fortes, mas o público as ignora.
Trata-se de uma relação de amor e ódio, na qual o torcedor é mais implacável que o próprio Comitê Olímpico. Em um minuto ele sai do amor eterno para a frustração total Transmitir com exagero o amor aos atletas, dizia ontem uma analista inglês, pode levar à inibição do atleta. A judoca brasileira Rafaela, depois de passar por tudo isso, foi agredida por uma torcedora pela internet, e não resistiu a dar uma resposta indelicada e anti-olímpica. Ainda bem que ela já havia competido. Mas, às vezes são os próprios torcedores que colocam o atleta numa situação altamente constrangedora. E não há como julgá-lo. Daí as lágrimas de Rebeca Adlington, que havia sido coroada, nas primeiras páginas dos jornais, antes de assumir o trono.

Prato do dia - Shitake ao vinho do Porto - aspargos - tomate cereja e crocante de presunto cru

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 Cozinhe as pontas dos aspargos, al dente, reserve na geladeira

 Rasgue o presunto cru em tiras e leve ao forno até ficar crocante, reserve

 Salteie o Shitake no azeite, com um pouco de cebola ralada e tempero de alho e sal a gosto. Quando dourar, adicione meio copo de vinho do Porto e deixe evaporar e tomar gosto. Por cerca de 5 minutos.

Salteie o aspargo reservado na manteiga ou azeite, prefiro usar o azeite. Corte os tomates cereja ao meio e monte o prato como na foto, juntando o presunto crocante. Sirva como entrada.

Preparo e fotos do prato: Universo - Provadora e degustadora oficial: Wal

“Where have all the flowers gone?”(Para onde foram as flores?) - De Londres, Aylê-Salassié

Magoei!!!! - Marta 5 vezes a melhor jogadora do mundo, de futebol feminino - Internet

(London Bridge UCB News)

É difícil prever com que qualidade atlética o Brasil vai chegar às Olimpíadas de 2016, se os atletas brasileiros despontam milagrosamente, já praticamente adultos, e só aí vão ter o apoio oficial para desenvolver suas habilidades. Na China, as crianças, ainda escola primária, que apresentam qualidades físicas especiais são tiradas dos país, e recolhidas aos centros de treinamento olímpicos do governo. Na Inglaterra elas recebem treinamento esportivo nas escolas desde os cinco anos de idade, quando ingressam no ensino primário. No Brasil, nem existem centros nacionais de educação e treinamento esportivo, mantido pelo governo, nem as escolas , mesmo as públicas, estão obrigadas a manter nos currículos disciplinas de educação física ou esportiva. Para surpresa dos próprios ingleses, ontem o presidente da Associação Olímpica Britânica ( BOA), o equivalente ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Lorde Moynihan, ao analisar o quadro de medalhas obtido pelos atletas britânicos nas Olimpíadas de Londres pediu indignado “uma imediata reforma na escola pública do País”, por considerar “ Inconcebível que metade dos medalhistas olímpicos ingleses tenham tido educação na escola privada”. Embora a escola pública inglesa seja uma das mais conceituadas do mundo, entende ele que ela não está cumprindo integralmente o seu papel de formar cidadãos mentalmente e fisicamente sãos , para não dizer, com índices olímpicos. A surpresa de Lorde Moynihan vem do fato de que a educação na Inglaterra, pública e obrigatória, dos 5 aos 16 anos, desenvolve-se em tempo integral , por meio de um currículo básico nacional, em que o ensino e a prática da educação física são compulsórias. E somente 7% dos estudantes ingleses freqüentam escolas particulares, “private schools”, cujo custo vai de 500 libras por mês a 35 mil libras por ano. Algumas dessas escolas são também chamadas de “public schools” , embora mantidas por entidades privadas.Por motivos vários – religiosos, saúde, etc – apenas 18% dos alunos não têm a obrigação de seguir o currículo nacional. 

Cleide Rodrigues (35) é uma brasileira que cuida da casa em que está hospedado o pessoal do London Bridge UC News. Casada, também com brasileiro, ela se orgulha de viver aqui. Tem três filhos, dois matriculados na Kensal Rise Primary School. Ambos têm como disciplina obrigatória estudos e exercícios de educação física uma vez por semana, e a opção de , ainda na infância, praticar diariamente uma ou mais modalidades de esporte, pagando apenas uma libra para cada uma.O brasiliense Joao Sena, pai, mantenedor e treinador de Caio Sena, que compete na “marcha atlética” nessas XXX Olimpíadas confessa que chegar a Londres com seu filho foi uma árdua batalha, e que envolveu sacrifício de toda família. Segundo ele “O Brasil precisa retomar a prática de educação física e do esporte mesmo nas escolas”. A educaçao física sempre foi disciplina obrigatória no currículo das escolas brasileiras, desde o primeiro ano 1º Grau. Na medida em que os salários dos professores foram ficando defasados, os ícones do esporte nacional ( do futebol) eram exaltados pela mídia como originados das peladas de rua, e as academias esportivas e de ginástica privadas multiplicavam-se pelo País , a prática da educação física e do esporte nas escolas foi sendo flexibilizada, relaxando mesmo, até que por meio de pressões lobistas conseguiu-se esvaziar a obrigatoriedade da educação física escolar. No fundo, todos os brasileiros querem subir ao pódio sem fazer força, inclusive o governo. Os poucos atletas olímpicos do Brasil, podem ser tratados mesmo como heróis. Fizeram-se sozinhos, sem praticamente apoio da escola, enfrentaram a indignidade da busca de magros patrocínios, e só com muita luta, desgaste psicológico e perda de tempo conseguiram acessar os financiamentos ao esporte distribuídos pelas agências oficiais. Milhares sequer sonharam com essa possibilidade.

O insólito e o excêntrico nas Olimpíadas de Londres - De Londres, Aylê-Salassié

Tio quero fazer xixi!!! - Internet


(London Bridge UCB News)

Como toda Olimpíada, os XXX Jogos de Londres apresentam também suas excentricidades e situações insólitas originais, com as quais, apesar da experiência centenária, o Comitê Olímpico Internacional e os países anfitriões têm de conviver.

O segredo de Minxia.

Depois de conquista da terceira medalha nos Jogos Olímpicos de Londres a mergulhadora chinesa Wu Minxia foi surpreendida com a informaçao de que sua mãe estava lutando contra um câncer há vários anos e que seus avós haviam falecido. O segredo foi guardado, por anos, de Minxia, por sua família e pela autoridades olímpicas chinesas, para não interferir no desenvolvimento esportivo da atleta. “Foi fundamental mentir para ela de várias formas”, disse seu pai Wu Yuming, acrescentando que “nós concluímos há muito tempo que Wu não pertencia totalmente a nós”. Na China aqueles que demonstram cedo vocações olímpicas são tirados de suas famílias e colocados em escolas especializadas em treinamentos esportivos . Ali, esses estudantes praticamente modalidades esportivas específicas, treinam, no mínimo, quatro horas por dias . Wu começou a treinar mergulhos diariamente com a idade de seis anos. Aos 16 ela saiu definitivamente de casa para se instalar num centro aquatico do governo, e de la para as medalhas de Londres.

Visitante inoportuno

Causou indignação no Parque Olímpico e desconforto no governo inglês, a visita do presidente da Rússia Vladimir Putin, faixa preta em artes marciais , ao ginásio ExCel,onde estão acontecendo as competições da modalidade esportiva nas Olimpíadas de Londres . Putin foi recebido constrangedoramente em Downing Street, pelo primeiro-ministro David Cameron. A inoportunidade de sua presença é vista por duas razoes : no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, em que cada um dos cinco membros tem poder de veto, a Rússia e a China negam-se a aprovar uma intervenção da ONU no conflito da Síria, onde a população civil está sendo massacrada pelas forças do Governo; por outro lado, refletiu muito mal aqui a prisão, em Moscou, dois dias atrás, de três jovens que protestaram dentro de uma igreja contra o seu governo, o que levou à acusação de crime de sacrilégio – diante do altar de uma igreja, pediram em oração, em voz alta, a virgem Maria para tirar Putin – o que pode levá-las a pegar oito anos de prisão.

Minuto de silêncio

O Comitê Olímpico de Israel tentou convencer o Comitê Olímpico Internacional e da Inglaterra a adotar um minuto de silêncio nos Jogos de Londres para reverenciar a memória dos atletas israelenses assassinados por terroristas dentro da Vila Olímpica nos Jogos de Munique . Foi também uma questão que desagradou bastante a organização das XXX Olimpíadas. O COI procura manter o evento fora totalmente das influências políticas. Embora a Carta Olímpica seja clara em relação a isso, essa isenção é mantida com muita dificuldade. O próprio Comitê é acusado, por exemplo, de usar técnicas de propaganda inspiradas ou surgidas em grandes mobilizações políticas no mundo (nazismo, fascismo, socialismo etc.). De qualquer maneira, o governo brasileiro não está muito acostumado com isso. É melhor ler a Carta, para não ser ameaçado de levar chute no traseiro. Sem país para representar na maratona Quatro atletas estão participando dos Jogos Olímpicos de Londres sem bandeira nacional . Vão usar a bandeira olímpica. Três são das Antilhas e um da África . Os antilhanos, da ex-Antilhas Holandesas, no Caribe apresentaram índices olímpicos - Philipine van Aanholt (vela), Reginald de Windt (judô) e Liemarvin Bonevacia (atletismo) - mas recuam-se a defender a bandeira da Holanda, por se recusar a reconhecer ainda suas autonomia. O atleta africano é o maratonista sudanês Guor Marial, que tem uma história bastante emblemática. Sua aceitação nos Jogos ocorreu cinco dias antes da abertura.Ele vai correr com a bandeira olímpica, porque seu país, hoje Sudão do Sul, está em guerra há mais de trinta anos, e não tem autoridade olímpica. Ele é um refugiado, que depois de fugir para o Egito, quando tinha 16 anos, Guor conseguiu asilo nos Estados Unidos , onde foi admitido na Universidade de Iowa e desenvolveu seus treinamentos. Para inscrever-se em Londres, Guor teve de conseguir o tempo mínimo e, mesmo assim, esperou a confirmação para Londres por quase nove meses. Embora ainda queira disputar uma olimpíada por seu país, Guor se recusou a competir pelo Sudão em Londres, alegando que atual governo matou 27 pessoas de sua família. O atleta, que chegou a ser recolhido a um campo de concentração, tem esperança de disputar a maratona, por seu país de origem, nas Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, quando estará, contudo, com 31 anos.

 Ciclista atropelado por ônibus olímpico

Um ônibus oficial das Olimpíadas atropelou um ciclista, em Hackley, nas proximidades do Parque Olímpico. Mesmo socorrido pelos serviços de saúde dos Jogos, e transportado de helicóptero imediatamente ao acidente , o ciclista não resistiu aos ferimentos e morreu.A Polícia deteve o motorista e promete investigar o fato, que indignou os milhares de ciclistas que circulam por Londres, justamente porque o Governo e o próprio Comitê Organizador dos Jogos tem estimulado o uso da bicicleta para aliviar o trânsito. Bradley Wiggins, medalha de ouro inglês no ciclismo, foi à televisão, e fêz um apelo para que os ciclistas circulassem nas faixas específicas para eles. Reconheceu, entretanto, que mesmo assim Londres está perigosa para quem gosta de passear ou ir trabalhar d e bicicleta.

Malandragem chinesa

Comum no Brasil, quando um time ou um atleta traça uma estratégia vencedora, para pegar no jogo seguinte um competidor menos forte, nos Jogos Olimpícos de Londres oito atletas, chineses, coreanos e indonésios foram desclassificados por fazer “corpo mole” na partida de Badmigton na qual se enfrentavam, para tentar ficar em segundo lugar e, assim, nas quartas de final evitar ter de jogar com uma dupla chinesa fortíssima que vinha vencendo todos os adversários.. Quem denunciou foi o público que, surpreendentemente percebeu, e começou a vaiar as duplas e a pedir o dinheiro dos seus ingressos de volta. Foi então que os juízes acordaram, e cobraram jogo, mas não havia mais como corrigir o curso da competição. Foi um dos episódios mais desagradáveis, e poderá levar a suspensão dos atletas e do Badmington das Olimpíadas do Rio de Janeiro, justamente num momento em que o esporte ganha adeptos no Brasil.. Sebastian Coe, organizador dos jogos de Londres, condenou a estratégia dos chineses, sentenciando: Este definitivamente não é o espírito olímpico, que exige que, para chegar ao pódio, o atleta supere os próprios limites . O episódio envolveu o chineses campeões do mundo Wang Xiaoli e Yu Yang.