É alma de poeta
Que vaga até cemitério...
Vê luz onde só tem treva
Intriga, desperta mistério...
Bebe a cicuta da vida
Morre
Também ressuscita,
Golpeia, sorri, espreguiça...
Anda sem eira nem beira
Questiona, interroga, palpita
Responde, escreve, incendeia
Enrola, demora, explica...
Alma de poeta é assim,
É raio que assusta a gente
Faz cara de poucos amigos
Sutil, se faz inocente...
Tem gente que acredita em crendice
Que poeta é ser de outro mundo
Que em noite de lua cheia
Vagueia nas ruas do mundo...
Mió num averiguar...
Fazer poesia é complexo
Deixa o poeta falar...
Riscar de alegria o universo!
Do livro A Pele Que Habito - da "brima" Márcia C. Lio Magalhães