Elizabeth Bishop - Foto: Internet
One art – Elizabeth Bishop
The art of losing isn’t hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster. Lose something every day. Accept the fluster of lost door keys, the hour badly spent. The art of losing isn’t hard to master. Then practice losing farther, losing faster: places, and names, and where it was you meant to travel. None of these will bring disaster. I lost my mother’s watch. And look! my last, or next-to-last, of three loved houses went. The art of losing isn’t hard to master. I lost two cities, lovely ones. And, vaster, some realms I owned, two rivers, a continent. I miss them, but it wasn’t a disaster. Even losing you (the joking voice, a gesture I love) I shan’t have lied. It’s evident the art of losing’s not too hard to master though it may look like (Write it!) like disaster. Uma certa arte – Elizabeth Bishop (tradução de Nelson Ascher) A arte da perda é fácil de estudar: a perda, a tantas coisas, é latente que perdê-las nem chega a ser azar. Perde algo a cada dia. Deixa estar: percam-se a chave, o tempo inutilmente. A arte da perda é fácil de abarcar. Perde-se mais e melhor. Nome ou lugar, destino que talvez tinhas em mente para a viagem. Nem isto é mesmo azar. Perdi o relógio de mamãe. E um lar dos três que tive, o (quase) mais recente. A arte da perda é fácil de apurar. Duas cidades lindas. Mais: um par de rios, uns reinos meus, um continente. Perdi-os, mas não foi um grande azar. Mesmo perder-te (a voz jocosa, um ar que eu amo), isso tampouco me desmente. A arte da perda é fácil, apesar de parecer (Anota!) um grande azar. (Elizabeth Bishop) (Do livro ASCHER, Nelson. Poesia alheia. 124 poemas traduzidos. Rio de Janeiro: Imago, 1998.) |
Dica do "brimo" Luiz Edmundo Germano de Alvarenga, do Rio de Janeiro