quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Blowing in the wind - Bob Dylan

Foto: UNIVERSO - SENDERO DE PIEDRA ROJA - CHILE

Quantas estradas um homem deve percorrer
Pra poder ser chamado de homem?
Quantos oceanos uma pomba branca deve navegar
Pra poder dormir na areia?
Sim e quantas vezes as bolas de canhão devem voar
Antes de serem banidas pra sempre?
A resposta, meu amigo, está voando no vento
A resposta está voando no vento
Sim e por quantos anos uma montanha pode existir
Antes de ser lavada pelos oceanos?
Sim e por quantos anos algumas pessoas devem existir
Antes de poderem ser livres?
Sim e quantas vezes um homem pode virar a cabeça
Fingir que ele não vê
A resposta, meu amigo, está voando no vento
A resposta está voando no vento
Sim e quantas vezes um homem deve olhar pra cima
Antes de conseguir ver o céu?
Sim e quantos ouvidos um homem deve ter
Pra poder conseguir ouvir as pessoas chorarem?
Sim e quantas mortes serão necessárias até ele saber
Que pessoas demais morreram?
A resposta, meu amigo, está voando no vento
A resposta está voando no vento

(B. Dylan)

Deus, segundo Spinoza


 Baruch Spinoza
Nascido em 1632, em Amsterdã, falecido em Haia, em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes
racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.
Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século XVII. Continuam verdadeiras e atuais até a data de hoje.

Imagem: NASA - Galáxia em forma de exclamação

Deus, Segundo Spinoza!

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que
saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz
para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo
construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias.
Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau
em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor,
teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram
crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo.
Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos,
nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me
irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi
de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de
incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo
que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu
poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem
bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são
artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa
que te peço é que prestes atenção à tua vida, que teu estado de alerta seja
teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um
ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados
nem virtudes. Ninguém leva um placar.
Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um
conselho. Vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de
existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te
dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou
não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais
gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que
acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua
filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me
aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas
relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de
me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram
sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este
mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou,
batendo em ti.

Já conhecia esse texto e me identifico com ele. Ele foi-me enviado, novamente, pelo amigo carioca, vice-campeão vascaíno, João Rodrigues Costa Filho.