Foto:UNIVERSO - Fernando de Noronha - Brasil
Aqui, da Terra Estrangeira, vejo que
Por mais longe que se vá.
Pouco se anda.
Por mais longe que se vá.
Pouco se anda.
Mudam-se os ares
Mas estamos sob o mesmo sol,
Respirando da mesma atmosfera.
Mas estamos sob o mesmo sol,
Respirando da mesma atmosfera.
Do meio da taba se nota
Que são os silvícolas
Outros.
Mas ainda existem caciques (muitos) e pajés,
E findaram-se os amenos verdores.
Que são os silvícolas
Outros.
Mas ainda existem caciques (muitos) e pajés,
E findaram-se os amenos verdores.
Há amplidão,
Desolação não falta.
Só não há para onde ir.
Desolação não falta.
Só não há para onde ir.
E DAÍ? E DAÍ?
Se são tantos e tão longos os caminhos,
Por que sempre levam a lugar nenhum?
Se tão distantes são os pontos,
Por que essa absurda semelhança entre os pólos?
Por que sempre levam a lugar nenhum?
Se tão distantes são os pontos,
Por que essa absurda semelhança entre os pólos?
Áspera e árida Terra Estrangeira,
Onde amantes estranhos se tornam,
E famílias (des) fazem sob o cálido manto da hipocrisia,
Onde amantes estranhos se tornam,
E famílias (des) fazem sob o cálido manto da hipocrisia,
Enquanto cunhãs se vendem na noite fria
E curumins se corrompem com cola, chás e pastas...
E curumins se corrompem com cola, chás e pastas...
Os caciques porém, se refestelam com finos licores,
O malte d’além mar, substitui o cuçumã
Da aldeia.
E DAÍ? E DAÍ?O malte d’além mar, substitui o cuçumã
Da aldeia.
Se para isso se criaram os silvícolas,
Macho e fêmea, homem e mulher,
Para baticuns e a luxúria de tuxauas e pajés,
Para que cedam as costas às cargas e aos prazeres
De pequenos e obscenos deuses,
De imerecidos totens,
De imorredouros tabus.
E DAÍ? E DAÍ?Macho e fêmea, homem e mulher,
Para baticuns e a luxúria de tuxauas e pajés,
Para que cedam as costas às cargas e aos prazeres
De pequenos e obscenos deuses,
De imerecidos totens,
De imorredouros tabus.
Se ainda existe aurora e ocaso,
Se a matéria de que fomos feitos
Sempre se amolda e jamais
Acaba.
Se cada golpe é respondido com
A sabedoria do silencio, que a tudo acata
Que a todos repudia e denuncia.
Se a matéria de que fomos feitos
Sempre se amolda e jamais
Acaba.
Se cada golpe é respondido com
A sabedoria do silencio, que a tudo acata
Que a todos repudia e denuncia.
Não importa para onde vão,
Não importa quando chegarão,
Não importa quão selvagens e opressivos
Tenham sido pajés, caciques ou guerreiros.
Ainda assim nos moveremos em torno do sol.
E, nas noites frias, cunhãs corromperão seus
Corpos.
E, nas noites frias, cunhãs corromperão seus
Corpos.
Mas a alma guerreira permanece...
Dilson Marques - 53 anos - Publicitário, redator, escritor, coordenador de campanhas políticas, gerente comercial de tv e chato de carterinha - Autor do Blog Puro e Sem Gelo - Carioca que reside em Manaus - Amazonas - Brasil