segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Nobuyuki Tsujii - La Campanella de Franz List



Nobuyuki Tsujii, pianista e compositor, nasceu em 13 de setembro de 1988, em Tóquio - Japão.

Nasceu cego, tocou pela primeira vez em um piano de brinquedo, aos 2 anos, as letras musicais Dó - Ré - Mi que sua mãe cantarolava. Aprendeu a tocar de ouvido.

Compôs sua primeira música aos 12 anos e ganhou vários prêmios.

A música La Campanella de Franz List é de complexa execução e poucos pianistas renovados a conseguem executar com perfeição. Nobuyuki é um deles. O próprio compositor Franz List não conseguia tocar a própria música com a perfeição que ela exige. e ele era um grande pianista e compositor. É um grande desafio para os grandes pianistas concertistas..

Assistam ao vídeo e tenham uma boa audição.

Vídeo: YouTube   -  Pesquisa: Internet e Wikipédia

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

HÁ PESSOAS QUE SE AMAM, SIM, MAS NÃO ESTÃO JUNTAS - Marcel Camargo - Obvious Magazine


MARCEL CAMARGO

Não basta amar tão somente, para se ter garantia de que os finais felizes virão. O amor requer cuidados, atenção, entregas e renúncias, o que nem todos estamos dispostos a ofertar. A convivência diária é repleta de armadilhas e de desgastes que se avolumam, embaralhando os sentimentos de quem está mergulhado no compartilhamento de vidas. 

Quando nos lançamos ao encontro do outro, teremos que trazer para dentro de nossas vidas tudo o que ele traz, tanto aquilo que nos satisfaz, quanto o que nos desagrada. Não existe nada que o passar do tempo não desmascare, não traga à tona, não torne claro, mesmo que à nossa revelia. Da mesma forma, estamos sujeitos a mudar de opiniões, a mudarmos nosso comportamento, pois assim é a vida. E, nesse contexto, não raro mudamos de forma a desagradar quem estava acostumado com o nosso antigo eu. 

A convivência diária acaba nos obrigando a enfrentar tudo o que somos, o nosso melhor e o nosso pior, uma vez que existem pessoas ali bem perto, que recebem imediatamente os reflexos de nossas atitudes. Porque, quando compomos uma família, já não podemos agir sem que isso se estenda ao parceiro e/ou aos filhos, cujas vidas se ligam às nossas com proximidade e carga emocional intensa.

Caso não prestemos atenção aos anseios e às necessidades de quem caminha ao nosso lado, por conta da priorização exclusiva do que queremos, sem levar em conta as vidas que nos rodeiam, dormem e acordam ao nosso lado, iremos nos distanciar cada vez mais de nossos queridos, de corpo e alma. O amor é troca, é ida com volta, é dar e receber, ou seja, não permanecerá onde não encontre contrapartida sincera, retorno de olhares, de toques, de sonhos.

Por isso é que muitas pessoas se separam, mesmo que ainda se amem. Não deixaram de se amar, mas pararam de prestar atenção nos olhos de quem torcia ali bem juntinho, cessaram o apertar das mãos que tateavam, em vão, por entre a escuridão dos lençóis frios, deixaram de construir aqueles sonhos bobos, mas essenciais à continuidade dos passos harmoniosos, dos desejos em comunhão. E assim se perderam de si mesmos e do outro. 

Portanto, é necessário que sejamos mais fortes do que a dureza desarmônica do dia-a-dia e do cotidiano maçante, que muitas vezes assola nossos sentidos, desconstruindo nossos sonhos e nos desviando de nossa busca pela felicidade junto de alguém, inclusive de alguém que já está ali do nosso lado, pronto para lutar junto, sonhar junto, crescer junto. Triste não podermos caminhar de mãos dadas com quem amamos, mas ainda mais desolador é ver o amor de nossas vidas se afastando por conta de tudo o que deixamos de ser e de fazer - mas poderíamos, mas deveríamos... 

Texto de Marcel Camargo - Publicado no OBVIOUS.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Número de consultas em centros espíritas ultrapassa o de hospitais



Um levantamento realizado em 55 centros espíritas da cidade de São Paulo, em 2014, aponta que, juntos, os atendimentos espirituais chegam a cerca de 15 mil por semana (60 mil ao mês). "Este número é muito superior ao atendimento mensal de hospitais como a Santa Casa, que atende cerca de 30 mil pessoas, ou do Hospital das Clínicas, com cerca de 20 mil atendimentos", destaca o médico psiquiatra Homero Pinto Vallada Filho, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). A média relatada de atendimentos semanais em cada instituição foi de 261 pessoas.

"Sabemos, por meio de vários estudos, que a abordagem do tema religiosidade ou espiritualidade exerce um efeito bastante positivo na saúde de muitos pacientes. Por isso, podemos considerar a terapia complementar religiosa ou espiritual como uma aliada dos serviços de saúde", revela, lembrando que, geralmente, o paciente não tem o hábito de falar sobre suas crenças religiosas e muito menos de contar que realiza tratamentos espirituais em centros espíritas.

Vallada Filho foi o orientador da dissertação de mestrado Descrição da terapia complementar religiosa em centros espíritas da cidade de São Paulo com ênfase na abordagem sobre problemas de saúde mental, de autoria da médica Alessandra Lamas Granero Lucchetti, apresentada ao Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP em dezembro.



A ideia foi mostrar a dimensão do trabalho realizado pelos centros, o grande número de atendimentos prestados e os diferentes serviços oferecidos. Observou-se também que apenas uma pequena minoria realiza cirurgias espirituais, sendo todas sem cortes. Na segunda parte da dissertação, a pesquisadora descreve passo a passo uma terapia complementar espiritual para pacientes com depressão realizada na Federação Espírita do Estado de São Paulo (Feesp).


Centros espíritas

A autora realizou um levantamento inicial de todos os centros espíritas da capital paulista que possuíam site na internet contendo endereço de contato. A médica chegou ao número de 504 instituições. Neste levantamento, foram considerados apenas centros espíritas "kardecistas", ou seja, aqueles que seguem a doutrina codificada pelo pedagogo francês Hippolyte Leon Denizad Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec, e que tem como base as obras O Livro dos Espíritos (publicado na França em 1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868).

A médica enviou, via Correios, uma carta registrada a cada um dos 504 centros. Destas cartas, 139 voltaram devido a problemas como mudança ou erro no endereço. Das 370 que restaram, apenas 55 foram respondidas. "Se considerarmos que essa média de 60 mil atendimentos mensais representa menos de 15% da totalidade dos centros existentes na cidade, chegaremos a um número total de atendimentos muito superior aos dos 55 que participaram do estudo", destaca Vallada.

Um questionário foi respondido apenas pelo dirigente ou pessoa responsável do centro. O material era bastante extenso e continha perguntas ligadas à identificação e funcionamento do centro, o número de voluntários e de atendimentos, as atividades realizadas e os tipos de tratamentos, quais os motivos levavam as pessoas a buscar ajuda, e como é feita a diferenciação entre mediunidade, obsessão e transtorno psicótico e quais orientações para estes casos, entre outras questões.

Resultados

Entre os resultados, foi observado que a maioria são centros já estabelecidos e que têm mais de 25 anos de existência, sendo o mais velho funcionando há 94 anos e o mais jovem com dois anos. Em praticamente quase todos, os usuários são orientados a continuar com o tratamento médico convencional, caso estejam fazendo algum, ou mesmo com as medicações indicadas pelos médicos.

Os principais motivos para a procura pelo centro foram os problemas de saúde: depressão (45,1%), câncer (43,1%) e doenças em geral (33,3%). Também foram relatados dependência química, abuso de substâncias e problemas de relacionamento. Entre os tratamentos realizados, a prática mais presente foi a desobsessão (92,7%) e a menos frequente foi a cirurgia espiritual, (5,5%), sendo todas sem uso de cortes.

Quanto à diferenciação entre experiência espiritual e doença mental, realizada com base em nove critérios propostos pelos pesquisadores Alexander Moreira Almeida e Adair de Menezes Júnior, da Universidade Federal de Juiz de Fora, a média de acertos foi de 12,4 entre 18 acertos possíveis. Apenas quatro entrevistados (8,3%) tiveram 100% de acertos. Entre esses critérios, estão a integridade do psiquismo; o fato de a mediunidade não trazer prejuízos em nenhuma área da vida; a existência da autocrítica; e a mediunidade sendo vivenciada dentro de uma religião e cultura específicos, entre outros.

"Esse levantamento procurou descrever as atividades realizadas nos centros espíritas e salientar não só a grande importância social desempenhada por eles, mas também a grande contribuição ao sistema de saúde como coadjuvante na promoção de saúde, algo que a grande maioria das pessoas desconhece", finaliza.

Matéria do site Notícia Espírita

Vídeo reconstitui Terremoto, Tsunami e Incêndio que devastou a cidade de Lisboa - Portugal - Em 1 de novembro de 1755



Vídeo YouTube
Dica: Nilton Volpi - Via FB

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Dona Wardomira e Seu Samuca - Uma brincadeira com amigos - UNIVERSO



DONA WARDOMIRA

Grande pessoa a Dona Wardomira, dedicada a família, aguenta a mais de 50 anos o marido, O famoso Seu Samuca, dá suporte a todos os filhos e suas famílias.Não passa em branco o fim de semana sem reunir a família em torno da grande mesa para a lasanha ou uma macarronada acompanhadas de maionese, frango cozido, e farofa de ovo na manteiga, de sobremesa Doce de leite ou goiabada cascão com queijo minas meia cura. Fartura sempre apreciada por todos.

Teve 5 filhos,Waltencir,Waldenir, Wanderlúcio, Wanderclécio e uma filha, Wulvaliza. Quase todos estudaram e se formaram em diversas profissões, exceto o Wanderclécio, filho  caçula, que se tornou um excelente cabeleireiro e maquiador, muito requisitado pela vizinhança.

Doceira de mão cheia, não há festa de aniversário que não tenha seus doces e bolos, sendo a bala de coco sua especialidade e a mais requisitada.

Chamada de Dona Antena, pelas más línguas fofoqueiras, que deveriam estar fazendo coisas melhores com suas línguas, pelo hábito de ficar na janela pela manhã no horário em que as pessoas saem para o trabalho ou levam as crianças para as escolas e pela tarde, no final do dia, aguardando o retorno dos vizinhos, lá está a Dona Wardomira na janela, com os cotovelos apoiados na sua almofada, para um dedo de prosa com todos e vender seus saquinhos de balas de coco ou de cocadinhas.
Bem quista e respeitada por todos, pois ela sempre está disposta a ouvir a todos com atenção e palavras de carinho.

Só anda com baixo nível de paciência com o Seu Samuca e não é por pouco, explico.

Seu Samhuel, mais conhecido como Seu Samuca e também, merecidamente, pelos mesmos fofoqueiros, de Santinho. Dono do melhor boteco da região com sortido estoque das melhores cachaças, tira gosto variados de torresminho, pé de porco, costelinha do mesmo, peixe frito, carne de sol, linguicinhas variadas e muito mais. No fundo, um salão com 3 mesas de sinuca, daí seu apelido de Samuca, mistura de Samhuel com Sinuca.

Levava vida de boêmio, junto com a sua turma de mais de 40 anos de amizade, Cotoco (nasceu sem uma das mãos), Zé Cuia (quando menino tinha o cabelo cortado pelo seu Lelé Bubu, que usava uma cuia como molde), Mão de Vaca ( o pão duro da turma), Capa Onça (tem as mãos maiores do que as do Pateta), Orelhinha de Tatu (Orelha pontuda e cabeluda), Capeta (Anjo expulso da zona boêmia), Psirico ( O rei das domésticas do bairro), Pudim de Cachaça (nunca bebeu na vida, mas mulher não perdoava nenhuma), Timanco (teve paralisia infantil), Silibim Queimado (cego de um olho), Deixa que eu Chuto (mancava de uma das pernas). Esse era o pessoal que sempre levava o Samuca em casa todo santo dia e todo dia santo, por volta das 3 horas da matina, para dar apoio moral ao querido amigo. Não se sabe quem levava quem de tão trêbados que estavam, o que os salvava e os guiava era o Pudim de Cachaça.,

Sempre começavam uma seresta para a Dona Wardomira na intenção de agradar e obter perdão para o Samuca. O repertório das músicas era péssimo, mas o de palavrões e de xixis na árvore defronte a casa do Samuca era sempre apreciado pela vizinhança, com gritos: "Pô Samuca vai dormir", "Ô Dona Wardomira dá um jeito nesse homi", "Cala a boca cambada de vagabundos", "Vou chamar a polícia procês", "Me dêxa dormir disgramado".

Na verdade a única música que cantavam, todo santo dia e todo dia de santo, era uma marchinha composta pelo intelectual da turma, O Capa Onça.

"Só porque cheguei depois da hora
Meu amor trancou a porta
Me deixou aqui fora
Ela no quente, eu no friinho
Abra a porta meu amor
Pro seu filhinho"

Repetiam essa linda marchinha, por mais de 30 , 50 vezes, até a Dona Wardomira abrir a porta e deixar o Seu Samuca adentrar o lar, bêbado que nem Gambá que caiu no tonel de cachaça.

Isso dura há anos, até que um dia cheia dessa lenga lenga, resolveu abrir a janela e brindar a todos com um banho de água gelada e gritar "Regozijam-se mancebos" . A partir desse dia a turma levava o Samuca até a porta de casa e caiam fora, deixavam o sacana cantando sozinho a marchinha pra sua mulher.

Um dia ela resolveu acabar de uma vez por todas com essa bandalha, foi o Samuca começar a cantar, ela saiu, deu-lhe uns pescotapas na cabeça, pegou em uma das orelhas e o levou para entrar no portão, deu passagem para ele e deu-lhe, a suprema das humilhações, três chutes na bunda. Enfiou o safana (safado com sacana) debaixo do chuveiro, abriu a água fria, foi para o quarto , trancou a porta e antes de apagar as luzes e deitar, gritou: "Tomara que pegue uma pneumonia e morra seu FDP , bêbado dos infernos".

Depois desse dia, Seu Samuca resolveu se dar ao respeito, mudou de postura, morreu de vergonha quando ficou sabendo que a vizinhança viu os petelecos, puxão de orelha e pontapés na bunda e soube que seu apelido passou a ser SANTINHO BUNDÃO.

Hoje, ele chega cedo todos os dias, o mais tardar 2h da matina e mudou a marchinha que canta para a Wardomira:

"Joga a chave, meu amor
Não chateia, por favor"...

Quanto a turma do Seu Samuca? Continuam levando ele para casa, mas não cantam mais, só fazem o fundo musical e do outro lado da rua.

Dona Wardomira? Entregou pra Deus...

Charges: Internet

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Melhor idade é a puta que te pariu – a melhor idade é de 18 aos 40 anos… - Por Ruy Castro

Foto:Internet

A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" – algo entre os 60 anos e a proximidade da morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.
Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo(que têm os dedos ligados por uma membrana) da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada!
Estou voltando da farmácia!". E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.
Primeiro, a aposentadoria é pouca, quase uma esmola, e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução.
Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te veja e por caridade pare o veículo e espere pacientemente você subir antes de arrancar com rapidez como costumam fazer.
No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo: – "Sou deficiente".
O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou: – "Que deficiência você tem?"
– "Sou broxa!"
Ele deu uma gargalhada e eu entrei.
Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo…
Eu disse bem baixinho para uma delas:
– "Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não", foi só para viajar de graça.
Bem… fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol.
Subi na pedra e pensei em cumprir o ritual que costuma ser feito pelos mais jovens no local. Logicamente velho tem mais dificuldade. Querem saber?
Primeiro, tem sempre alguém que quer te ajudar a subir: "Dá a mão aqui, senhor!!!"
Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça.
Sentar na pedra e olhar a paisagem era tudo o que eu queria naquele momento.
É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra, o que me faz ter que trocar de posição a toda hora.
Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos se não, nada vê.
Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz:
– "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair."
Resmungo entre dentes: … "só se cair em cima da sua mãe"… mas, dou um risinho e digo que esta tudo bem.
Esta titica deste sol esta demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e nada do por do sol.
Vou pensando – enquanto desço e o sol não – "Volto de metrô é mais rápido…"
Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá esta um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico de consegue saber a idade de todo mundo.
Olha sério para mim, segura a roleta e diz:
– "O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem."
A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.
Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos…
Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega… Durante o trajeto não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam…
Desisti… lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava… Me senti o máximo.
Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem.
Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou.
É agora…
Joguei um olhar 32 (aquele olhar de Zé Bonitinho) ela pegou na minha mão e disse:
– "O senhor não quer sentar? Me parece tão cansado?"
Melhor Idade ??? – Melhor idade é a puta que te pariu !
Ruy Castro é escritor e jornalista, trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda.

Dica da prima Mercedes Basílio - Via Facebook

A Arte de Ser Avó - Rachel de Queiroz


Fotos:UNIVERSO
"Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu... É como dizem os ingleses, um ato de Deus". Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto. O neto é, realmente, o sangue do seu sangue, o filho do filho, mais que filho mesmo...
Cinquenta anos, cinquenta e cinco... Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que você esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações, todos dizem isso, embora você, pessoalmente, ainda não as tenha descoberto, mas acredita. Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores com paixões: a doçura da meia idade não lhe exige essa efervescência. A saudade é de alguma coisa que você tinha e que lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. 

Bracinhos de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as crianças? 

Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum suas crianças perdidas. São homens e mulheres- não são mais aqueles que você recorda.

E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe coloca nos braços um bebê. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha.
Sem dores, sem choro, aquela criancinha da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade, longe de ser um estranho, é um filho seu que é devolvido.
E o espanto é que todos lhe reconhecem o direito de o amar com extravagância. Ao contrário, causaria espanto, decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração. 

Sim, tenho certeza de que a vida nos dá netos para compensar de todas as perdas trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vem ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. 

E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono abre o olho e diz: "Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão no forno!
Dica da amiga Gilda Terra, via Facebook

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Aqui jazz, para quem é vivo - Sister Rosetta Tharpe - A mãe do Rock and Roll


Rosetta (Nubin) Tharpe (Thorpe), nasceu em Greenville, na Carolina do Sul em 20 de março de 1915 e faleceu aos 58 anos, no dia 9 de outubro de 1973.
Foi uma cantoracompositora e guitarrista de música gospel, jazz, blues, rock and roll, rhythm and blues.
Sua popularidade foi expressiva nas décadas de 30 e 40, o som de sua guitarra tinha uma tocada de rock e sua música era uma mistura de gospel e rock.
Ficou conhecida como a mãe do rock, e influenciou vários cantores, que reconheceram sua influência sobre a maneira de cantar e tocar. Alguns destaques: Elvis Presley, Aretha Franklin, Isaac hayes, Jerry Lee Lewis, Little Richard.

Johnny Cash declarou que Rosetta Tharpe foi sua cantora predileta na sua infância.


Sister Rosetta Tharpe

Selecionei os vídeos abaixo com as músicas Rock Me e This Train, ouça a diferença de interpretação. Em seguida ela interpreta  I'Didn'tt Rain e Trouble in Mind.

Sinta como sua música é contagiante, seus solos na guitarra e sua voz marcante, possuem toques do mais puro rock and roll, misturado ao blues e gospel.

Rock Me


                                         This Train


                             I'Didn'tt Rain e Trouble in Mind

Vídeos: YouTube - Fotos: Internet