domingo, 23 de março de 2014

MPQ - Música Popular de Qualidade - Sonhos (Peninha) - Canta Monique Kessous




Quando o meu mundo
Era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho
Mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar
Quando a canção
Se fez mais forte
E mais sentida
Quando a poesia
Fez folia em minha vida
Você veio me falar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa
Mas não tem revolta, não
Eu só quero
Que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho, sim
Não tem desespero, não
Você me ensinou
Milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz
(Peninha)

Dica da amiga Sonia Nigri, do Rio de Janeiro

Havia um tempo - Mário Quintana

Havia um tempo de cadeiras na calçada. 

Era um tempo em que havia mais estrelas. 

Tempo em que as crianças brincavam sob a claraboia da lua. 

E o cachorro da cas
a era um grande personagem. 

E havia também o relógio de parede.

Ele não media o tempo simplesmente: ele meditava o tempo!

- Mario Quintana


Fotografia: Antuérpia - BÉLGICA, 1949.

Dica da prima querida Mercedes Basílio diretamente de Cabo Frio

Prato do dia - Torteloni in brodo com queijo grana padano


A massa e o queijo são italianos e comprados em supermercado tipo gourmet ou delicatessen.

O brodo (caldo) de frango ou carne, é preparado quando se cozinha carne ou frango.
Reserve a água do cozimento, apure o tempero, com sal ( o necessário), 1 folha de louro, orégano duas pitadas (esfregue o orégano com as pontas dos dedos na palma de outra mão, para reavivar o aroma e sabor, antes de adicioná-lo ao brodo).
Deixe esfriar destampado. Tampe e congele em seguida.
Quando for usar o brodo, retire da geladeira e ponha para dar uma fervida.
Adicione um pouco de nós moscada ralada ao brodo (a gosto)
Cozinhe o torteloni no brodo, siga as instruções de tempo que constar na embalagem.
Rale o queijo e polvilhe por cima do torteloni servido no prato.

Preparo do prato e foto: UNIVERSO

Sombras com as mãos - Divertindo as crianças

Você se lembra dessa brincadeira? Vamos relembrar com os filhos e netos essas imagens?
Então, mãos a obra. 
Pegue um abajur ou uma lanterna, coloque atrás de suas mãos e projete as sombras na parede.
Tente fazer os movimentos das bocas dos bichos. Ensine as crianças a fazer as sombras.
Faça novas brincadeiras com sombras, projete objetos e movimente a luz, mostre como as imagens se modificam.


Chá da tarde com Ferreira Gullar

Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira)

O Mar Intacto
Impossível é não odiar
estas manhãs sem teto
e as valsas
que banalizam a morte.

Tudo que fácil se
dá quer negar-nos. Teme
o ludíbrio das corolas.
Na orquídea busca a orquídea
que não é apenas o fátuo
cintilar das pétalas: busca a móvel
orquídea: ela caminha em si, é
contínuo negar-se no seu fogo, seu
arder é deslizar.

Vê o céu. Mais
que azul, ele é o nosso
sucessivo morrer. Ácido
céu.
Tudo se retrai, e a teu amor
oferta um disfarce de si. Tudo
odeia se dar. Conheces a água?
ou apenas o som do que ela
finge?

Não te aconselho o amor. O amor
é fácil e triste. Não se ama
no amor, senão
o seu próximo findar.
Eis o que somos: o nosso
tédio de ser.

Despreza o mar acessível
que nas praias se entrega, e
o das galeras de susto; despreza o mar
que amas, e só assim terás
o exato inviolável
mar autêntico!

O girassol
vê com assombro
que só a sua precaridade
floresce. Mas esse
assombro é que é ele, em verdade.

Saber-se
fonte única de si
alucina.

Sublime, pois, seria
suicidar-nos:
trairmos a nossa morte
para num sol que jamais somos
nos consumirmos.


PRIMEIROS ANOS

Para uma vida de merda
nasci em 1930
na rua dos prazeres

Nas tábuas velhas do assoalho
por onde me arrastei
conheci baratas, formigas carregando espadas
caranguejeiras
que nada me ensinaram
exceto o terror

Em frente ao muro negro no quintal
as galinhas ciscavam, o girassol
Gritava asfixiado
longe longe do mar
(longe do amor)

E no entanto o mar jazia perto
detrás de mirantes e palmeiras
embrulhado em seu barulho azul

E as tardes sonoras
rolavam
sobre nossos telhados
sobre nossas vidas .
Do meu quarto
ouvia o século XX
farfalhando nas árvores lá fora.

Depois me suspenderam pela gola
me esfregaram na lama
me chutaram os colhões
e me soltaram zonzo
em plena capital do país
sem ter sequer uma arma na mão.

NÃO HÁ VAGAS

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
   está fechado:
   "não há vagas"

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

            O poema, senhores,
            não fede
            nem cheira
.
POEMA

Se morro
universo se apaga como se apagam
as coisas deste quarto
                                 se apago a lâmpada:
os sapatos - da - ásia, as camisas
e guerras na cadeira, o paletó -
dos - andes,
          bilhões de quatrilhões de seres
e de sóis
        morrem comigo.

Ou não:
       o sol voltará a marcar
       este mesmo ponto do assoalho
       onde esteve meu pé;
                                     deste quarto
       ouvirás o barulho dos ônibus na rua;
           uma nova cidade
           surgirá de dentro desta
           como a árvore da árvore.

Só que ninguém poderá ler no esgarçar destas nuvens
a mesma história que eu leio, comovido.

NO CORPO

De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos ares

O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.

A poesia é o presente. 

MADRUGADA

Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite

a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes

EXTRAVIO

Onde começo, onde acabo,
se o que está fora está dentro
como num círculo cuja
periferia é o centro?

Estou disperso nas coisas,
nas pessoas, nas gavetas:
de repente encontro ali
partes de mim: risos, vértebras.

Estou desfeito nas nuvens:
vejo do alto a cidade
e em cada esquina um menino,
que sou eu mesmo, a chamar-me.

Extraviei-me no tempo.
Onde estarão meus pedaços?
Muito se foi com os amigos
que já não ouvem nem falam.

Estou disperso nos vivos,
em seu corpo, em seu olfato,
onde durmo feito aroma
ou voz que também não fala.

Ah, ser somente o presente:
esta manhã, esta sala.

Poemas e foto: Internet

WILLIAM SHAKESPEARE..

Lua cheia: UNIVERSO

Aprendi que Amores eternos podem acabar em uma noite.
Que grandes amigos podem se tornar grandes inimigos.
Que o amor sozinho não tem a força que imaginei.
Que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno. 
Que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal, gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos. 
Que os poucos amigos que te apóiam na queda, são muito mais fortes do que os muitos que te empurram.
Que o "nunca mais" nunca se cumpre, que o "para sempre" sempre acaba.
Que minha família com suas mil diferenças, está sempre aqui quando eu preciso.
Que ainda não inventaram nada melhor do que colo de Mãe desde que o mundo é mundo.
Que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo.
Que vou cair e levantar milhões de vezes, e ainda não vou ter aprendido TUDO." 
Estamos aqui de passagem.. 

William Shakespeare

TEXTO: INTERNET  -  FOTO: UNIVERSO