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(London Bridge UCB News)
É difícil prever com que qualidade atlética o Brasil vai chegar às Olimpíadas de 2016, se os atletas brasileiros despontam milagrosamente, já praticamente adultos, e só aí vão ter o apoio oficial para desenvolver suas habilidades. Na China, as crianças, ainda escola primária, que apresentam qualidades físicas especiais são tiradas dos país, e recolhidas aos centros de treinamento olímpicos do governo. Na Inglaterra elas recebem treinamento esportivo nas escolas desde os cinco anos de idade, quando ingressam no ensino primário. No Brasil, nem existem centros nacionais de educação e treinamento esportivo, mantido pelo governo, nem as escolas , mesmo as públicas, estão obrigadas a manter nos currículos disciplinas de educação física ou esportiva. Para surpresa dos próprios ingleses, ontem o presidente da Associação Olímpica Britânica ( BOA), o equivalente ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Lorde Moynihan, ao analisar o quadro de medalhas obtido pelos atletas britânicos nas Olimpíadas de Londres pediu indignado “uma imediata reforma na escola pública do País”, por considerar “ Inconcebível que metade dos medalhistas olímpicos ingleses tenham tido educação na escola privada”. Embora a escola pública inglesa seja uma das mais conceituadas do mundo, entende ele que ela não está cumprindo integralmente o seu papel de formar cidadãos mentalmente e fisicamente sãos , para não dizer, com índices olímpicos. A surpresa de Lorde Moynihan vem do fato de que a educação na Inglaterra, pública e obrigatória, dos 5 aos 16 anos, desenvolve-se em tempo integral , por meio de um currículo básico nacional, em que o ensino e a prática da educação física são compulsórias. E somente 7% dos estudantes ingleses freqüentam escolas particulares, “private schools”, cujo custo vai de 500 libras por mês a 35 mil libras por ano. Algumas dessas escolas são também chamadas de “public schools” , embora mantidas por entidades privadas.Por motivos vários – religiosos, saúde, etc – apenas 18% dos alunos não têm a obrigação de seguir o currículo nacional.
Cleide Rodrigues (35) é uma brasileira que cuida da casa em que está hospedado o pessoal do London Bridge UC News. Casada, também com brasileiro, ela se orgulha de viver aqui. Tem três filhos, dois matriculados na Kensal Rise Primary School. Ambos têm como disciplina obrigatória estudos e exercícios de educação física uma vez por semana, e a opção de , ainda na infância, praticar diariamente uma ou mais modalidades de esporte, pagando apenas uma libra para cada uma.O brasiliense Joao Sena, pai, mantenedor e treinador de Caio Sena, que compete na “marcha atlética” nessas XXX Olimpíadas confessa que chegar a Londres com seu filho foi uma árdua batalha, e que envolveu sacrifício de toda família. Segundo ele “O Brasil precisa retomar a prática de educação física e do esporte mesmo nas escolas”. A educaçao física sempre foi disciplina obrigatória no currículo das escolas brasileiras, desde o primeiro ano 1º Grau. Na medida em que os salários dos professores foram ficando defasados, os ícones do esporte nacional ( do futebol) eram exaltados pela mídia como originados das peladas de rua, e as academias esportivas e de ginástica privadas multiplicavam-se pelo País , a prática da educação física e do esporte nas escolas foi sendo flexibilizada, relaxando mesmo, até que por meio de pressões lobistas conseguiu-se esvaziar a obrigatoriedade da educação física escolar. No fundo, todos os brasileiros querem subir ao pódio sem fazer força, inclusive o governo. Os poucos atletas olímpicos do Brasil, podem ser tratados mesmo como heróis. Fizeram-se sozinhos, sem praticamente apoio da escola, enfrentaram a indignidade da busca de magros patrocínios, e só com muita luta, desgaste psicológico e perda de tempo conseguiram acessar os financiamentos ao esporte distribuídos pelas agências oficiais. Milhares sequer sonharam com essa possibilidade.
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