terça-feira, 31 de julho de 2012

De arredio motel em colcha de damasco - Poema erótico de Carlos Drummond de Andrade

Foto:UNIVERSO - Cachoeira do Campo - Minas Gerais - Brasil

De arredio motel em colcha de damasco
viste em mim teu pai morto, e brincamos de incesto.
A morte, entre nós dois, tinha parte no coito.
O brinco era violento, misto de gozo e asco,
e nunca mais, depois, nos fitamos no rosto.

De O amor natural - 1992

(Carlos Drummond de Andrade)


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