terça-feira, 13 de maio de 2014

Dr. Bebel, defensor da moral e dos bons costumes

Foto: INTERNET

Esse causo é para o "condomínio" do Maurilo Andreas.

Primeiro morador, síndico dedicado, cuidadoso extremado do prédio, há 15 anos.

Dr. Belarmino, solteirão inveterado, funcionário público aposentado. Não se sabe ao certo, se era juiz de que, justiça federal, estadual ou de futebol. Nunca perguntaram, nunca ouviram, nunca se falou sobre.

Trazia o prédio um brinco, jardins impecáveis, limpo, pintado, ambiente familiar. Durão em manter a lei e a ordem, baseado na Convenção de Condomínio e no Regimento Interno. Para ele, valiam mais do que a Constituição do Brasil.

Sua última grande façanha, seu maior orgulho, instalar circuito interno de TV, com acesso no canal 3, visto em todas as tvs dos moradores. Assim, todos podiam acompanhar os ruídos e movimentos de todo o prédio. Quem entrava, quem saía.

Discreto, recebia visita semanal de um sobrinho, chegava, como saía, discreto, como um gato, sem ruídos. Entrava às 7 da noite e saía 4 horas depois. Dedicado ao tio.

Quinta-feira, mês de maio, 22 hs, muita ventania. Gritaria, berros pelo corredor, "SLAM", porta batendo por força do vento, só abria por dentro.

Dr. Belarmino, escorraçava o sobrinho, que saiu como um gato, correndo de cachorro bravo. 

Ingrato! Nunca mais volte. Persona non grata! Nunca mais, nunca mais...!!!

Tvs ligadas sofregamente no canal 3.

Cena fatal, Dr. Belarmino, de baby doll pink, meia arrastão vermelha e peruca loura, tentava desesperadamente abrir a porta do apartamento, e em esconder o rosto.

Nada se disse, nada se perguntou, nunca mais foi visitado.

Continuou a ser tratado com o máximo respeito por todos os moradores, adultos e crianças.

Bom dia Dr. Bebel, boa tarde Dr. Bebel, boa noite Dr. Bebel.

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