quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Pequenas grandes coisas - Eliane Cantanhêde - Para reflexão

São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 2012 - Publicado na Folha de São Paulo

 - Minha filha caçula, orientadora pedagógica e psicóloga de crianças e adolescentes, chorou emocionada ao ouvir pelo rádio a entrevista que o estudante Vitor Soares Cunha deu ao sair do hospital, depois de ser agredido covardemente por jovens como ele.

Vitor, 21, aluno de desenho industrial, passeava com um colega na Ilha do Governador, no Rio, quando viu cinco rapazes bem alimentados espancando um mendigo. Filho de uma assistente social (coincidência?), não pensou duas vezes ao tentar impedi-los.

 A violência irracional voltou-se contra ele. Foram socos e pontapés violentos e ininterruptos, atingindo, sobretudo, a cabeça e o rosto de Vitor mesmo quando ele já estava caído no chão, totalmente indefeso.

Vítor Soares Cunha - Um grande brasileiro do bem, bestialmente agredido por covardes.
Depois de horas de cirurgias, placas de titânio na testa e no céu da boca, 63 pinos para recompor os ossos da face e ainda com o risco de perder os movimentos do olho esquerdo, Vitor saiu com sua mãe do hospital e disse, com uma simplicidade atordoante, que não se sentia heroico e que faria tudo novamente.

"Pelo menos uma, duas, três pessoas vão pensar alguma coisa, vão ensinar para os filhos deles. Não adianta pensar que uma atitude vai mudar o mundo, mas pequenas coisas vão mudando", declarou.

Não podemos nem devemos desperdiçar episódios, personagens e frases assim, fundamentais para reforçar que, além do Estado, dos poderosos e dos ídolos, cada um de nós tem de dar o exemplo e ter responsabilidade diante do país e do outro.

Uma delas, possivelmente a mais nobre, é a de criar os filhos para o bem.

A comparação entre Vitor e seus agressores nos faz refletir.

O Brasil e o mundo serão muito melhores quando pais e escolas educarem as crianças para fazer a coisa certa sem se sentirem heróis, não para se arvorarem fortes e machos ao trucidar um ser humano -ou um animal- jogado na rua, no abandono e na dor.

Dica da amiga Teresa Curátola de Lagoa Santa - Minas Gerais - Brasil

4 comentários:

  1. E como sempre ninguém cobra juízes por suas incompetências ou facilitando para bandidos, por dinheiro ou não. Policial acertando ou não a mídia "desse o pau". Mas o judiciário tem feito o que quer, e nunca são punidos.
    Ta ai um jovem quase sendo morto por bandidos e os cinco bandidos vão ser impunes. POR CAUSA DO TODO PODEROSO JUIZ.

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  2. Infelizmente o Brasil está doente. Precisa de ser tratado com doses de justiça, honestidade, ética, caráter e revisar todos os processos que compõem nossa nação. Reformar de cima a abaixo. Como diz o bordão do jornalista Bóris Casoy: " É uma vergonha, temos que passar o país a limpo". São tantas coisas a se refazer que será preciso um planejamento priorizando por onde começar.
    Grande abraço do Universo

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  3. Esses homens marginais e covardes,não estão aptos a viver em sociedade, esse juiz cuja a sentença foi favorável aos assassinos em potencial deve ser submetido a acompanhamento psicológico, pois não quero acreditar que foi por outros motivos a soltura desses vermes. À sociedade mil desculpas e pesar.Ao Vitor,voce é meu herói.

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  4. A violência está sem controle e a criminalidade está desenfreada. Bandido sai de casa para matar friamente o primeiro que der o azar de cruzar com ele. Banalizaram o crime em nosso país, tudo devido a IMPUNIDADE e a falta de bons exemplos de lideranças inexistentes no país. Estamos sem freios ladeira abaixo. Cada um que se cuide. Lamentavelmente.
    Grande abraço do Universo

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