terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ausência - Carlos Drummond de Andrade

Ausência - Foto de Carlos Glera - Portocroft.cultarte.com

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Carlos Drummond de Andrade - Obra Poética, pag.43)

Enviado pelo "brimo" carioca de Ipanema, Luiz Edmundo Germano Alvarenga - Blog do Alvarenga


Tinha a foto arquivada aguardando um tema adequado. Hoje, ele chegou. Acho que casou perfeitamente

5 comentários:

  1. Lindíssima a imagem! Que atmosfera! E o poema para ela ...
    Tudo a seu tempo e alegria.
    Leda

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  2. Guardei essa foto durante meses. Sabia que o poema certo chegaria. Acho que valeu esperar.

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  3. Este poema é maravilhoso, usei-o para um trabalho da escola e acho que ele pode ser uma legenda para a vida de muitos! Abraços

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    Respostas
    1. Oi, Gabrielly. Fico feliz em receber sua visita ao blog e de sua participação.
      Carlos Drummond, como bom mineiro "calado", sabia das coisas, e como mineiro calado, pensava muito e trasnportou seus pensamentos e palavras para o papel e nos deixou poemas lindos como esse.
      Palavras que trasncendem ao tempo, e que ficarão marcads na alma de quem ler Drummond.
      Obrigado e volte mais. Espero que continue como uma seguidora do blog.
      Um garnde abraço do tamanho do Universo.

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