segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Menino Passarinho partiu para o CÉU AZUL


José CÉU AZUL Soares, nasceu em Juiz de Fora em 16 de julho de 1918 e faleceu em Belo Horizonte, dia 17 de dezembro de 2013, aos 95 anos. Foi casado duas vezes e teve 5 filhos - José Céu Azul Soares Filho (falecido aos 18 anos , no Rio de Janeiro), Universo, Cristina, Dorinha e Paulinho. Deixou 5 netos - Ulisses, Juliana, Pedro Henrique, Ana Luiza e Luan e 3 bisnetos - Beatriz, Gabriel e Matteo.

Foi Radialista, jornalista, esportista (jogou basquete - Vice Campeão Brasileiro de Lance Livre) e campeão pelo Tupi e Ginástico de Juiz de Fora, comerciante, Juiz de vôlei e basquete pela Confederação Brasileira e Federação de Minas Gerais.

Como radialista atuou nas rádios PRB-3 de Juiz e Fora, como locutor esportivo, comentarista, apresentador de programas esportivos e programa de amenidades em auditório.
Em Belo Horizonte, atuou na Rádio Inconfidência, como locutor esportivo, apresentador de programas esportivos, musicais e de auditório. Foi Chefe da equipe de esportes da Rádio Itatiaia, locutor, apresentador de programas esportivos.

Transmitiu os jogos da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, participou como locutor da campanha de Juscelino Kubitschek a presidência da República. Foi nomeado e se aposentou como locutor do Serviço e Rádio Difusão do Estado de Minas Gerais.

Era chamado de "Locutor Metralha", tal a rapidez de sua narração.

Como apresentador de programas de auditório, com os programas Onda Azul, A Cidade se Diverte, que eram apresentados na Feira de Amostras - atual rodoviária de BH.

Era redator de seus programas e criou um programa de calouros, em que o candidato poderia sentar-se num trono, quando se apresentava bem,ou ia para uma forca quando era gongado ou não era escolhido como melhor cantor pelo público. Aí entrava em ação o carrasco. Um ator fantasiado com uma roupa negra e capuz, levava o candidato gongado para a forca e o de melhor apresentação ia para o trono.
Certa vez, um candidato que veio do interior para cantar, foi gongado e quando o carrasco foi levá~lo para a forca, o pobre coitado saiu em disparada pelo auditório e sumiu. Tudo isso sob uma gravação de uma risada aterrorizadora do carrasco.

Vários artistas mineiros passaram em seus programas ou iniciaram suas carreiras, Clara Nunes, Waldir Silva - O Rei do Cavaquinho, Rosana Toledo. Artistas famosos do Rio e São Paulo se apresentaram em seus programas.
 Em Juiz de Fora, iniciaram suas carreiras cantando em seus programas Silvio Cesar e o sambista, cantor e compositor Geraldo Pereira.
Foi amigo e contemporâneo do pianista e compositor Waldir Calmon. Estudaram juntos em Juiz de Fora, sempre se referia  a ele, carinhosamente, como Waldirzinho. Conta que ajudava Waldir Calmon nas provas de matemática, pois o negócio dele era a música. Foi um dos maiores pianistas do Brasil, talentoso, com um fraseado nos teclados inigualável.

Viveu intensamente, gostava de esportes, foi diretor e conselheiro nato dos Tupi F.C. de Juiz de Fora e do Cruzeiro Esporte Clube de Belo Horizonte (era o conselheiro mais antigo , vivo), adorava uma pescaria, estar numa roda com amigos conversando, tomando sua cervejinha e uma pinga da boa, amava uma roda de samba, arriscou compor algumas marchinhas para carnaval, e era um trovador nato. Fazia trovas na hora, sobre qualquer assunto ou pessoa.

Sambista dos bons, desfilou como passista na Escola de Samba Turunas do Riachuelo, fundado por um de seus irmãos e outra família de Juiz de Fora. Boemia, cerveja, samba e mulheres, sempre o animava. Quem não gosta?

Deixou inúmeros amigos de várias idades que o adoravam e tinham por ele um grande carinho.

Ajudou sempre muitas pessoas, sem exigir nada em troca.

Conviveu com políticos famosos, empresários, banqueiros, doutores e mestres das mais variadas profissões. e nunca tentou tirar proveito dessas relações em seu benefício, mas, pedia sempre para os outros. Tinha com todos, dos mais ricos aos mais simples, o mesmo tratamento, atencioso, alegre e descontraído.Era o SEU CÉU para todos

Foi meu herói e meu bandido. Tive com ele uma relação que mudou conforme a minha etapa de vida. Aprendi a entender suas fraquezas, frustrações e falhas.
Com ele aprendi o lado lúdico da vida.
Com o tempo pude falar com ele sobre o que não sabia e entendia, aprendi a ler as duas faces de uma moeda, as entrelinhas, a verdade de cada um.

Tive o prazer de poder estar com ele, fazer companhia, falar de sua vida, suas lembranças boas e ruins, de suas saudades, acertos e desacertos, medos e expectativas de vida e morte. Fazer palavras cruzadas. Ouvir e cantar com ele suas músicas preferidas.

Foi muito bom. Ficamos mais unidos, amigos e mais leves. Foi o tempo para acertos e despedidas.

Que ele encontre seu caminho de luz e continue suas evolução espiritual, cercado de todos os que o amam.

Já sabemos que ele partiu amparado espiritualmente pela sua segunda esposa,Dora, com quem viveu mais de 50 anos e teve um casal de filhos, meus irmãos, Dorinha e Paulinho, e que partiu ao encontro do grande amor e paixão de sua vida, minha mãe, Ana, que morreu o amando.

Torço para que todos sejam felizes e que os amores possam ser resgatados e continuados.

Quero deixar um agradecimento a minha irmã Dorinha, uma filha, que se dedicou nos últimos 3 anos de vida dele, com extremada dedicação e amor. Obrigado querida.

Aos irmãos Cristina e Paulinho, que vocês vivam felizes e com as boas lembranças do que ele fez.

Voa, menino passarinho, voa para seu ninho de amor, seja feliz e descanse em paz junto aos demais queridos que te esperam.

A música, Prelúdio pra ninar gente grande, de Luiz Vieira, é uma das que ele mais gostava de cantar e ouvir.

O emocionava e o deixava em estado contemplativo e meditativo. Só ele sabia o que sentia.

 Preludio pra ninar gente grande (menino passarinho) - Luiz Vieira .

Quando estou nos braços teus
Sinto o mundo bocejar. 
Quando estás nos braços meus
Sinto a vida descansar.

No calor do teu carinho
Sou menino-passarinho 
Com vontade de voar.
Sou menino-passarinho 
Com vontade de voar.





Beijão, meu pai querido. Um dia a gente se reencontrará. E estaremos todos juntos. 

Vídeo e letra de música: YouTube e Internet

4 comentários:

  1. Muito linda sua narrativa sobre seu pai.
    Com certeza ele também está lendo sua mensagem e orgulhoso de seu filho.
    Um grande abraço José Universo, de um amigo de sua prima Luz e Mar.
    Um feliz natal para voce e todos os seus familiares.

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  2. Muito bacana e inspirador seu relato sobre o Vô Céu, Tio Universo!
    Pena não ter tido o contato necessário para poder compor um texto de tanta relevância quanto o seu. Um abraço!!

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  3. Ana Rivetti: "Linda homenagem que meu Tio José Universo Soares escreveu para meu Avô Céu Azul."

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