Autor da foto: AmandaCom photo
Não faço poemas como quem chora,
nem faço versos como quem morre.
Quem teve esse gosto foi o bardo Bandeira
quando muito moço; achava que tinha
os dias contados pela tísica
e até se acanhava de namorar.
Faço poemas como quem faz amor.
É a mesma luta suave e desvairada
enquanto a rosa orvalhada
se vai entreabrindo devagar.
A gente nem se dá conta, até acha bom,
o imenso trabalho que amor dá para fazer.
Perdão, amor não se faz.
Quando muito, se desfaz.
Fazer amor é um dizer
(a metáfora é falaz)
de quem pretende vestir
com roupa austera a beleza
do corpo da primavera.
O verbo exato é foder.
A palavra fica nua
para todo mundo ver
o corpo amante cantando
a glória do seu poder.
("Meus versos", Ed. Sabiá, 1972)
FOTO: AmandaCom photo - Visite a galeria de fotos no http://www.olhares.com/ São fotos belíssimas, de extremo bom gosto, arte e profissionalismo.
Não tenho o registro de quem me enviou esse poema, por isso o nome não está citado no blog. Peço desculpas.
Este poema é de Thiago de Mello, amazonense de Barreirinha.
ResponderExcluirTive a oportunidade de ver umas 2 vezes o grande poeta em aeroportos, em minhas viagens proffisionais. Marcante com a sua roupa branca, cabelos meio longos e cercado de várias pessoas e admiradores.
ResponderExcluirObrigado pela sua visita ao blog e informação. Um grande abraço do Universo