segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Soneto à lua - Vinicius de Morais

Foto:UNIVERSO
Lua cheia vista do meu apartamento - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:
E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!
(Vinicius de Moraes)
Foto: UNIVERSO

Lua nova sobre a Cordilheira dos Andes - Santiago do Chile

Rio de Janeiro, 1938
in Novos Poemas
in Antologia Poética
in Livro de Sonetos
in Poesia completa e prosa: "A saudade do cotidiano"

(Enviado com a cortesia de sempre, pelo meu amigo Luiz Alvarenga - Blog do Alvarenga)

2 comentários:

  1. Que lindas são as suas imagens! Eu adoro este satélite natural do planeta terra; em todas as suas fases.
    Ainda verei este luar. O poema do Vinícius é muito bonito.
    Leda

    ResponderExcluir
  2. Universo!
    Ontem de manhã estava na casa de meu pai no bairro do Grajaú e da área de serviço eu gravei um videozinho com uma revoada de pássaros, que não sei qual é, linda. E, por incrível que pareça, você postou em seu blog aquele vídeo sobre o treinamento de aves.
    Uma baita coincidência!
    Leda

    ResponderExcluir