quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Os cinco maiores arrependimentos daqueles que estão para morrer - Bronnie Ware

Desenho de Penny Parker - Imagem : Internet
Uma enfermeira que aconselhou muitas pessoas em seus últimos dias de vida escreveu um livro com os cinco arrependimentos mais comuns das pessoas antes de morrer.
Bronnie Ware é um enfermeira que passou muitos anos trabalhando com cuidados paliativos, cuidando de pacientes em seus últimos três meses de vida. Em "The Top Five Regrets of the Dying" (Top Cinco Arrependimentos Daqueles que Estão Para Morrer", ela conta que os pacientes ganharam uma clareza de pensamento incrível no fim de suas vidas e que podemos aprender muito desta sabedoria.
"Quando questionados sobre desejos e arrependimentos, alguns temas comuns surgiam repetidamente", disse Bronnie ao jornal britânico "The Guardian".  

Confira a lista e os comentários da enfermeira:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse
"Esse foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que a vida delas está quase no fim e olham para trás, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não realizou nem metade dos seus sonhos e têm de morrer sabendo que isso aconteceu por causa de decisões que tomaram, ou não tomaram. A saúde traz uma liberdade que poucos conseguem perceber, até que eles não a têm mais."

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto
"Eu ouvi isso de todo paciente masculino que eu trabalhei. Eles sentiam falta de ter vivido mais a juventude dos filhos e a companhia de seus parceiros. As mulheres também falaram desse arrependimento, mas como a maioria era de uma geração mais antiga, muitas não tiveram uma carreira. Todos os homens com quem eu conversei se arrependeram de passar tanto tempo de suas vidas no ambiente de trabalho."

3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos
"Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para ficar em paz com os outros. Como resultado, eles se acomodaram em uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eles realmente eram capazes de ser. Muitos desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ressentimento que eles carregavam."

4. Eu gostaria de ter ficado em contato com os meus amigos
"Frequentemente eles não percebiam as vantagens de ter velhos amigos até eles chegarem em suas últimas semanas de vida e não era sempre possível rastrear essas pessoas. Muitos ficaram tão envolvidos em suas próprias vidas que eles deixaram amizades de ouro se perderem ao longo dos anos. Tiveram muito arrependimentos profundos sobre não ter dedicado tempo e esforço às amizades. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo."

5. Eu gostaria de ter me permitido ser mais feliz
"Esse é um arrependimento surpreendentemente comum. Muitos só percebem isso no fim da vida que a felicidade é uma escolha. As pessoas ficam presas em antigos hábitos e padrões. O famoso 'conforto' com as coisas que são familiares O medo da mudança fez com que ele fingissem para os outros e para si mesmos que eles estavam contentes quando, no fundo, eles ansiavam por rir de verdade e aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo."

Espero, que depois de ter lido o texto acima, você tome as decisões que ache conveniente e não se arrependa na hora do seu quase último suspiro e for daqui para uma melhor ou pior. Tudo vai depender de você.

Nem sempre a amizade é sinônimo de lealdade. Confira alguns casos com desfechos trágicos - Guilherme Avila

Amigos da onça

aumentar fontediminuir fonteimprimir
Péricles de Andrade Maranhão/Reprodução
Irônico e crítico de costumes, o personagem Amigo da Onça fez sucesso nos jornais de 1940 e 1950.
O Amigo da Onça, criação do Desenhista e Cartunista Péricles - Sucesso na revista O Cruzeiro e jornais.
  • Dois caçadores conversam em um acampamento no meio da mata:
  • — O que você faria se uma onça aparecesse na sua frente agora?
  • — Ora, dava um tiro nela.
  • — Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo?
  • — Bom, então eu matava ela com meu facão.
  • — E se você tivesse perdido seu facão?
  • — Apanhava um pedaço de pau.
  • — E se não tivesse nenhum pedaço de pau por perto?
  • — Eu subiria na árvore mais próxima, ué!
  • — E se não tivesse nenhuma árvore?
  • — Sairia correndo...
  • — Mas e se você ficasse paralisado pelo medo?
  • Já irritado, o outro caçador retruca:
  • — Afinal, você é meu amigo ou é amigo da onça?

A famosa anedota acima deu origem a uma expressão popular que vem muito bem a calhar para a maioria das grandes amizades que não deram certo. A história, tanto quanto a literatura, estão marcadas por traições e muitos exemplos de como a lealdade nem sempre prevalece quando os interesses individuais falam mais alto. 

A decepção e o repúdio ao fracasso de relações aparentemente inabaláveis provocam desfechos, muitas vezes, bastante bem trágicos. Conheça os dez dos maiores "amigos da onça" que já existiram e fique de olho aberto com seus amigos de confiança - principalmente se você tem planos de gravar seu nome nos livros:

1 – JUDAS ISCARIOTES, o sujeito que deu uma rasteira no filho do Todo-Poderoso. Responsável pela mais famosa trairagem bíblica, seu nome praticamente se transformou em um sinônimo de traidor. No fim da história, como todos sabem, Jesus foi crucificado e ele teria se suicidado de arrependimento.

2 - DALILA, a viúva de Sansão. Seu "amado" marido já tinha combatido e derrotado muitos homens poderosos sem demonstrar nenhum tipo de fraqueza aparente. Mas ela, cheia de charme, seduziu o guerreiro e descobriu que seu segredo estava no cabelo. Antes de morrer careca, o cara ainda teve os olhos vazados.

3 - MARCUS JUNIUS BRUTUS, do "até tu, Brutus?". Depois de lutar pelo Império Romano, comandado por Júlio César, seu pai adotivo, ele se uniu a outro traíra, o general Cássio Longinus, para tentar tomar o poder. Não bastasse a conspiração, o cara colocou em prática o plano de assassinar seu "papito".

4 - IAGO, o "amigo da onça" shakespeariano. As traições em Rei Lear, Hamlet e Mac Beth ficam no chinelo quando comparados a falsa amizade de Iago em Otelo. Na história, ele faz o protagonista matar a própria esposa, pensando que ela o traiu. Quando descobre que tudo não passou de uma mentira, o amigo do cara se mata.

5 - SILVÉRIO DOS REIS, o delator de Tiradentes. Protagonista de uma das grandes apunhaladas pelas costas da história do Brasil, Silvério entregou os planos de seu amigo Joaquim José da Silva Xavier à Coroa Portuguesa. O líder dos inconfidentes acabou sendo enforcado e esquartejado, enquanto seu "bróder" teve suas dívidas perdoadas.

6 - TALLEYRAND-PÉRIGORD, o cara que puxou o tapete de Napoleão. Para o ex-ministro das relações exteriores napoleônicas a traição é uma questão de datas. O diplomata não só abandonou seu imperador nos princípios da Revolução Francesa, como também mudou de lado e trabalhou para restaurar a monarquia que sucedeu Bonaparte.

7 - HEINRICH HIMMLER, o vira-folha nazista. Independentemente do lado em que se está lutando, deixar seus companheiros de luta na mão e passar para o outro lado é uma bela sacanagem. Foi exatamente isso que o chefe da polícia de Hitler fez quando percebeu que a Alemanha não iria ganhar a Segunda Guerra Mundial.

8 - ALDRICH AMES, o agente duplo da KGB. Por alguns milhões de dólares, o traíra vendia para os russos o nome daqueles com quem trabalhava na agência de inteligência americana durante a Guerra Fria. Descoberto depois de quase 15 anos de serviços prestados aos inimigos, ele foi condenado à prisão perpétua nos EUA.

9 - TOMMASO BUSCETTA, o X-9 da máfia italiana. Preso e deportado pela Polícia Federal brasileira em 1984, ele fez pinta de arrependido e entregou todo o esquema da Cosa Nostra. Por colaborar com a polícia, ele ganhou proteção especial e uma pensão vitalícia, um destino bem diferente dos seus diversos familiares "apagados" pela máfia.

10 - AUGUSTO PINOCHET, o lobo em pele de cordeiro. Antes de liderar o golpe militar para derrubar Salvador Allende do poder e implantar sua ditadura, ele ofereceu um avião para o então presidente do Chile fugir, mas uma transmissão de rádio revelou que sua intenção era apenas a de jogá-lo da aeronave em pleno vôo. 

Texto de Guilherme Avila publicado na Revista Ragga

Pequenas grandes coisas - Eliane Cantanhêde - Para reflexão

São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 2012 - Publicado na Folha de São Paulo

 - Minha filha caçula, orientadora pedagógica e psicóloga de crianças e adolescentes, chorou emocionada ao ouvir pelo rádio a entrevista que o estudante Vitor Soares Cunha deu ao sair do hospital, depois de ser agredido covardemente por jovens como ele.

Vitor, 21, aluno de desenho industrial, passeava com um colega na Ilha do Governador, no Rio, quando viu cinco rapazes bem alimentados espancando um mendigo. Filho de uma assistente social (coincidência?), não pensou duas vezes ao tentar impedi-los.

 A violência irracional voltou-se contra ele. Foram socos e pontapés violentos e ininterruptos, atingindo, sobretudo, a cabeça e o rosto de Vitor mesmo quando ele já estava caído no chão, totalmente indefeso.

Vítor Soares Cunha - Um grande brasileiro do bem, bestialmente agredido por covardes.
Depois de horas de cirurgias, placas de titânio na testa e no céu da boca, 63 pinos para recompor os ossos da face e ainda com o risco de perder os movimentos do olho esquerdo, Vitor saiu com sua mãe do hospital e disse, com uma simplicidade atordoante, que não se sentia heroico e que faria tudo novamente.

"Pelo menos uma, duas, três pessoas vão pensar alguma coisa, vão ensinar para os filhos deles. Não adianta pensar que uma atitude vai mudar o mundo, mas pequenas coisas vão mudando", declarou.

Não podemos nem devemos desperdiçar episódios, personagens e frases assim, fundamentais para reforçar que, além do Estado, dos poderosos e dos ídolos, cada um de nós tem de dar o exemplo e ter responsabilidade diante do país e do outro.

Uma delas, possivelmente a mais nobre, é a de criar os filhos para o bem.

A comparação entre Vitor e seus agressores nos faz refletir.

O Brasil e o mundo serão muito melhores quando pais e escolas educarem as crianças para fazer a coisa certa sem se sentirem heróis, não para se arvorarem fortes e machos ao trucidar um ser humano -ou um animal- jogado na rua, no abandono e na dor.

Dica da amiga Teresa Curátola de Lagoa Santa - Minas Gerais - Brasil