quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aqui Jazz para quem é vivo - Histórias do Jazz

Inicío nessa semana a postar algumas histórias de grandes nomes do Jazz, alguns vídeos com suas músicas de sucesso e pequenos detalhes de suas vidas.
A primeira artista é Billie Holiday.
As pesquisas, fotos e informações são feitas na coleção Os Grandes do Jazz, das Ediciones del Prado , Espanha - Madri.
Os vídeos são do You Tube.
Espero que apreciem.

Aqui Jazz, para quem é vivo - Billie Holiday - The Man I Love - Clique aqui para ouvir


Billie Holiday, nascida Eleanora Holiday no gueto negro de Baltmimore em 7 de abril de 1915, segundo seu próprio testemunho pois sua certidão de nascimento nunca foi achada.
A mãe Sadie Fagan, tinha 13 anos quando ficou grávida de Billie, sempre lhe chamava de Flora. O pai Clarence Holiday, que tornou-se pai aos 15 anos,músico guitarrista, a chamou de "Bill", pois parecia mais um menino do que uma menina em seu modo de ser.
Ela decidiu pelo nome de Billie em homenagem a sua atriz favorita Billi Dove.
Ouçam a linda interpretação de The Man I Love, vale ouvir com uma dose de uisque on the rocks.

Billie Holiday - Strange Fruit - Clique aqui para ouvir

Nesse vídeo vocês ouvirão o estremecedor manifesto racista, gravado em 20 de abril de 1939 com a orquestra do lendário trompetista Frankie Newton.
Entre as gravações dá para perceber claramente as diferenças vocais de Billie Holiday.
Stranger Fruit é uma interpretação que ficou para sempre ligada a Billie. Sua voz rascante, seu físico já debilitado, tornam esse vídeo um ícone, pungente e comovente com a interpretação da eterna Billie Holliday.
Essa recomendo ouvir depois da terceira Caipivodka preparada com Lima da Pérsia.

Billie Holiday, My Man - Clique aqui para ouvir


Billie teve uma infância mais do que traumática, foi violada por um vizinho com 10 anos de idade, é castigada e encerrada numa institução para jovens delinquentes.
Aos 12 anos quando volta da escola, vai lavar assoalhos em casa de brancos e faz recados para a madame de um prostíbulo. Lá ela ouve pela primeira vez, Louis Armstrong e Bessie Smith em um gramafone. Os dois tronam-se seus ídolos para sempre.
Aos 14 anos muda com a mãe para Nova York, se prostitui para conseguir dinheiro para matar a fome e pagar aluguel. Foi presa por quatro meses em uma cadeia de mulheres por se recusar a satisfazer um "capo" da mafia negra do Harlem.
Na depressão de 30 ela sai a procura de dinheiro para não ser despejada, entra no"Pod's and Jerry's". faz um teste como dançarina que é um desastre.
Sugiro preparar uma caipirinha dupla, da legítima brasileira, e sentar para ouvir My Man.

Billie Holiday Summertime - Clique aqui para ouvir

Depois do fracassado teste como bailarina, Billie insiste e o pianista com pena dela pergunta-lhe se ela canta, e ela responde sim e pede que ele toque "Trav'lin' All Alone".
Em poucos minutos a conversa no bar para e no fim de noite ela divide com o pianista a gorda gorjeta, volta para casa com 57 dólares e um contrato de 18 fixos por semana.
Billie passa a a tuar em outros locais do bairro. Em 1933 o produtor John Hammond ouve ela cantar no "Log Cabin" e comenta com Benny Goodman. Em novembro daquele ano, no dia 27 , ela entra em um estúdio, para gravar com Benny.
Com a carreira lançada canta em clubes mais requintados e é contratada pelo agente de Louis Armstrong.
Em 1935 canta com a orquestra de Duke Ellington, no filme "Symphony in Black".
Para acompanhar Summertime, recomendo um tinto seco e um cubano de qualidade, tudo a media luz de um abajur lilás.

Billie Holiday - You Go To My Head - Clique aqui para ouvir


Billie inicia com o pianista Teddy Wilson uma relação musical marcante. Gravaram mais de 80 músicas em seis anos.
Billie cantou como vocalista de big bands, mas não ficou feliz. No Grande Terrace de Chicago discutiu com o gerente que exigia que ela mudasse seu modo de cantar. Depois com Count Bassie, o número de turnês e pelos vexames que a submetem, como pintar a cara com pomada de calçado porque um empresário achava a sua pele demasiado clara.
Billie teve uma forte relação musical com Lester Young era "a poesia amorosa entre a voz humana e o instrumento".
Outros músicos tiveram forte parcerias com Billie, o trompetista Buck Clayton, Freddie Green, Walter Page, Jo Jones, Buster Bailey, Johnny Hodges, Benny Morton, James Sherman, Claude Thomhill, Eddie Heywood, Eddie Barefield, John Collins, Kenny Clarke que com seus pianos, saxofones, clarinetas, trombones, pistons, guitarras e baterias, deixaram registrado muitas e belas músicas inesquecíveis.
Billie, tinha o apelido de "Lady Day", dado pelas moças que atuavam no primeiro bar onde ela começou a cantar.
Para encerrar essa nostálgica sessão com a "Lady Day", Billie Holiday, fica a seu critério qual o acompanhamento de sua preferência.
Eu não abro mão de umas taças de Champanhe com morango ou cereja dentro.